Definitivamente, até o ano de 1874, Pereiro não conhecia os rigores do cólera morbus. Durante muitos anos, o povoado conservou o nome de Pereira. A revolução de 1817, de natureza republicana, cujos reflexos se fizeram sentir no Ceará, registrou no povoado uma série de crimes e prisões. A povoação de Pereira foi teatro de lutas sangrentas entre os partidos "Rasgado" e o "Patriota" ao tempo do movimento armado de 1824, conhecido por "Confederação do Equador", tendo sido vitimado, em consequência, o Sargento-Mor Manuel do Espírito Santo da Paz e muitos outros. Depois de proclamada a República do Equador, a 27 de agosto de 1824, os portugueses de Icó, sabendo a aproximação de Pereira Filgueiras, refugiaram-se na serra, no Arraial de São Severino, onde residia o célebre Manuel Antônio de Amorim. Este, à frente do seu povo, plantou na povoação do Pereira a bandeira imperial. Pereira Filgueiras, ao saber dos propósitos do ataque de Amorim, impeliu o Sargento-Mor Queiroz, em fins de setembro, para desalojá-los da povoação. Amorim, dividindo sua tropa em dois corpos, atacou, de emboscada na ladeira do Pau Branco, Queiroz, que se viu derrotado. Os imperialistas de Pereiro contribuíram ainda para que a tropa de José Dantas, do Rio do Peixe, batesse os republicanos em mais de um encontro. Na mesma época, Manuel António de Amorim, de ordem da célebre Comissão Matuta, foi mandado profligar com a tropa de Tristão Gonçalves, que deixara o Aracati para juntar-se ao exército de Pereira Filgueiras. Em 31 de outubro de 1824, travou-se cerrado tiroteio no lugar Santa Rosa, em que foram derrotados os revoltosos, no qual perdeu a vida o vigoroso presidente confederado, Tristão Gonçalves, tornando-se impossível as reuniões das forças republicanas. Este histórico tem profunda ligação com o município de Pereiro.
*ILUSTRAÇÃO: Antiga Praça da Matriz tendo o vestuto Prédio da Independência (hoje demolido).
FONTE: Pereiro, Serra dos Santos Cosme e Damião
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